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A serigrafia é um processo de impressão em que a tinta é transferida para um substrato, através de uma malha esticada. É um processo versátil que pode ser usado para imprimir em vários tipos de materiais, incluindo papel, tecido, vidro, plástico, metal, madeira ou cerâmica.
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A serigrafia, uma técnica milenar com raízes na China, tornou-se, ao longo dos anos, uma forma de expressão artística e um método de impressão industrial. A sua versatilidade e utilidade, conquistaram espaço tanto nas galerias de arte como nas linhas de produção de diversos sectores, principalmente na industria têxtil.
Caracteriza-se como um dos processos de gravura planográfica (a matriz é plana). A matriz serigráfica é uma tela de políester tensionado uniformemente e fixa a um quadro de madeira ou alumínio. A tela, que é constituída por muitos fios, no seu estado original é permeável e deixa passar tinta. No entanto, quando é bloqueada (papel, fita adesiva, emulsão, outro), não deixa passar tinta.
Nesse sentido, o processo da serigrafia envolve a aplicação de tinta através da tela, que é transferida para o substrato (papel, tecido, outro) uniformemente, com a ajuda de um elemento chamado raclete (ou rodo). A matriz, que pode ser obtida através de diferentes métodos, determina as áreas onde a tinta é transferida.
Um facto distintivo da serigrafia é a impressão em camadas sucessivas, isto é, cada cor é impressa uma de cada vez, permitindo a sobreposição de cores e a criação de novos tons.
Este artigo explora as principais fases do processo de serigrafia, desde a preparação das telas até à sua aplicação em diversos substratos.
Começamos por apresentar os principais materiais, ferramentas e acessórios que podemos encontrar no processo de serigrafia, no método indirecto e método de stencil. Uns são essenciais, enquanto que outros podem ajudar a melhorar o teu trabalho.
Malha esticada e colada numa moldura, que proporciona uma distribuição uniforme da tinta.
Utilizado para transferir a tinta para o substrato, através da tela de serigrafia.
Solução química utilizada no método indirecto, para gravar a matriz, directamente na tela.
Folha transparente, impressa ou desenhada com a arte final. Digital ou analógico.
À base de água, plastisol ou UV. De diferentes gamas: papel, tecido, plástico, outro.
Essencial para emulsionar telas de serigrafia, aplicando de forma homogénea.
Decapante concentrado, removedor de emulsão para todo o tipo de telas de serigrafia.
Papel utilizado no método de stencil. É fino, resistente, impermeável e lavável.
Qualquer material no qual pretendemos imprimir. Papel, tecido, madeira, vidro, outro.
Para fixar a uma base. Ajustáveis a diferentes perfis da tela. Para registos precisos.
Máquina de impressão, com ou sem vácuo. Ou base simples com dobradiças próprias.
Para fixação de substratos em bases de impressão. Têxtil e papel. Não deixa resíduo.
Fita adesiva, espátula, esponja, acetato, tesoura, x-acto, papel de rascunho, régua, pincel, avental, boiões, poscas (e/ou tinta da china, pastel de óleo, lapis de carvão), balança, borrifador.
O método indirecto e de stencil são duas abordagens distintas no processo de preparação. Ambos desempenham um papel essencial na criação da matriz, que define as áreas por onde a tinta será transferida para o substrato.
A diferença entre o método indirecto e de stencil, reside na forma como a matriz é criada.
O método de stencil, envolve o corte da máscara desejada, colada na tela de serigrafia. Enquanto o método indirecto utiliza a emulsão de serigrafia, uma substância sensível à luz, que permite gravar a matriz através do processo de exposição à luz UV. Ambas têm as suas vantagens, dependendo da experiência ou complexidade da arte a ser reproduzida.
O método de stencil é conhecido pela sua simplicidade. Envolve o corte da matriz pretendida, que determina as áreas por onde a tinta passará. O stencil pode ser de vários materiais como papel, acetato ou até mesmo vinil. No entanto, aconselhamos que tenha a menor espessura possível e seja fácil de cortar.
Pode ser criado manualmente, cortando com bisturi (x-acto ou tesoura) as partes não desejadas, formando uma espécie de “máscara” que permite a passagem selectiva da tinta.
Esta abordagem é especialmente útil para projetos simples e de baixa complexidade. Os detalhes podem ser desafiadores de reproduzir com precisão. No entanto, a precisão do resultado final pode depender da habilidade de quem corta o stencil, bem como de quem imprime.
Para facilitar o trabalho de corte, e permitir maior detalhe, também podes utilizar uma máquina de corte de mesa como a silhouette e cricut.
O nosso kit de serigrafia, inclui papel de stencil, que é na realidade papel de pedra. É um papel mineral produzido sem celulose, sem PVC, sem água, sem cloro. É fino, resistente (mas fácil de cortar), impermeável e lavável, ideal para fazer stencils reutilizáveis.
Certificação Cradle to Cradle (Silver).
Por outro lado, a utilização de emulsão é um método mais avançado e preciso, na gravação da matriz. Neste processo, uma emulsão sensível à luz é aplicada uniformemente sobre a tela esticada.
O desenho que pretendemos gravar, terá de ser impresso num acetato. A este acetato com a impressão a preto, chamamos de fotolito, que é então colocado sobre a tela. Quando a tela é exposta à luz, a emulsão endurece nas áreas expostas à luz, mas permanece mais suave nas áreas cobertas pelas manchas a preto (opacas) do fotolito. Após a exposição certa, a tela é lavada e a água remove as áreas onde pretendemos que a tinta seja transferida.
Essa abordagem oferece uma maior flexibilidade na criação de imagens detalhadas. Os fotolitos podem ser gerados a partir de imagens digitais ou desenhos, proporcionando uma precisão excepcional na reprodução da arte final. O método indirecto também permite uma produção em massa mais eficiente, pois a gravação serve para muitas tiragens. E as matrizes podem ser reproduzidas, repetindo o processo de gravação.
A escolha entre o método indirecto ou método de stencil dependerá da natureza do projecto. Projectos simples com poucos detalhes, ou sem grandes recursos, podem beneficiar do método de stencil, sendo uma opção mais directa e acessível. O facto de não teres conhecimentos ou experiência em gravar (com emulsão) telas de serigrafia, é um factor essencial na escolha do método de stencil.
No entanto, para trabalhos mais complexos, onde a necessidade de detalhes finos é crucial, a gravação da matriz é a escolha acertada, pois oferece uma gama mais ampla de possibilidades criativas e permite a reprodução precisa de artes finais com detalhes finos.
Se já tens experiência e as condições adequadas para gravar telas de serigrafia, o mais provável é trabalhares com o método indirecto.
Já em ambientes industriais, onde a eficiência na produção é essencial, a utilização do método indirecto torna-se praticamente indispensável para garantir a consistência e qualidade em larga escala.
Em resumo, ambos são válidos, cada uma atendendo a diferentes necessidades e demandas de projectos específicos. A escolha entre método indirecto e stencil é um aspecto crucial do processo, influenciando directamente na qualidade e na complexidade da impressão final. De seguida, indicamos alguns prós e contras em relação a cada método.
• Mais barato
• Menos complexo
• Mais sustentável
• Pouca preparação
• Pode ser feito em casa com poucos recursos
• Pequenas tiragens
• Menor detalhe
• Menor resistência
• Maior detalhe
• Durabilidade da matriz
• Alta resistência à abrasão (dependendo da emulsão)
• Mais caro
• Exposição à luz UV
• Maior tempo de preparação
• Necessita de mais conhecimentos e experiência
• Necessita de soluções químicas como emulsão e decapante
Na serigrafia nem sempre se recorre a uma matriz. No caso do monoprint, não existe matriz, a intervenção ocorre directamente na tela. Isto é, “pintamos” a tela, adicionando a tinta através de pincel ou espátula. Uma vez preenchida, a tinta é arrastada pela raclete, transferindo o resultado para o substrato.
A tela pode ser preenchida ao máximo, na área de impressão desejada, não deixando espaço vazios. Dessa forma, obtemos um desenho muito semelhante ao que “desenhámos” quando preenchemos a tela com tinta. Se deixarmos espaços vazios, a tinta vai ser arrastada e produzir efeito semelhante no substrato.
Uma das características mais marcantes da serigrafia é a versatilidade. Esta técnica adapta-se a uma ampla gama de substratos, desde papel até vidro. É utilizada por artistas, que exploram a serigrafia como meio de criar obras gráficas, enquanto indústrias utilizam para imprimir em diferentes tipos de materiais e produtos, incluindo têxtil, etiquetas e embalagens.
É possível imprimir em metal, vidro e até em cerâmica (em vários estados do barro). Para cada material é necessário ter atenção ao uso do tipo de tinta, que terá de ser adequado a cada tipo de substrato. Mas também ao tipo de raclete e número de fios indicados.
As marcas de tinta para serigrafia costumam ter gamas para diferentes substratos. Principalmente para papel, tecido e material que não absorve tinta como metal, plástico e vidro.
O número de fios e tipo de raclete deve ser escolhido consoante as características do substrato e/ou da arte a imprimir. Para substratos que absorvem muita tinta, como o tecido, deves utilizar telas mais abertas. Para substratos que não absorvem tinta, as telas mais fechadas, que permitem a passagem de menor quantidade de tinta, são as mais indicadas.
Na impressão de obra gráfica, o manual ainda é normal. Em papel, de forma mais simples ou com recurso a máquinas de impressão manual. As máquinas podem ter sistema de vácuo, opções de registro e até braço guiado para suporte de raclete, mas existe muito trabalho manual.
Em tecido, existem muitas opções de máquinas de estampagem manuais, também conhecido por carrossel de impressão. Existem modelos a partir de 1 estação.
Embora haja, na industria têxtil, impressão manual, devido à necessidade de impressão de grandes quantidades, utilizam-se máquinas automáticas. O processo de preparação das telas até pode continuar a ser manual (mas até máquinas de emulsionar existem), mas a impressão é feita por máquinas. Estas máquinas podem ter mais de 10 estações (bases de impressão por cor), o que significa que podem imprimir mais de 10 cores no mesmo têxtil (t-shirt ou outro). Podem ver alguns exemplos na M&R, um dos maiores fabricantes de equipamento para serigrafia.
Para além disso, existem outras máquinas de apoio, como unidades de secagem ou de dobragem de t-shirts.
A serigrafia é um processo milenar de impressão, em que a tinta é transferida para um substrato (papel, tecido, outro) por meio de uma malha esticada, a tela de serigrafia. Este método versátil é utilizado em diversos materiais, desde papel e tecido, mas também em vidro, plástico e metal.
O artigo explora as fases do processo, desde a preparação das telas até à sua aplicação em diferentes substratos, destacando a impressão em camadas sucessivas, permitindo sobreposição de cores e a criação de tons variados.
O processo de serigrafia envolve duas abordagens principais: o método de stencil e o método indirecto. O primeiro, mais simples e acessível, consiste no corte directo da matriz desejada, sendo ideal para projectos simples.
Já o segundo, mais complexo e mais caro, envolve também mais conhecimentos técnicos e material. Consiste na gravação da matriz, sendo preferível para projetos mais elaborados. No artigo destacamos os prós e contras de cada método, considerando custo, detalhe, resistência e complexidade.
Destacamos a versatilidade da serigrafia, processo que se adapta a uma ampla gama de substratos, sendo utilizada tanto por artistas na criação de obras gráficas como por indústrias na impressão em diversos materiais. A escolha do método de serigrafia, seja indirecto ou stencil, depende da natureza do projeto, influenciando directamente na qualidade e complexidade da impressão final.
Assim, a serigrafia destaca-se como uma técnica valiosa tanto no cenário artístico quanto industrial, oferecendo possibilidades criativas e de produção diversificadas.